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Evolução do Ecossistema Brasileiro de Startups: 2017 x 2020

Para quem acompanha as startups, tem visto a evolução do ecossistema nos últimos anos. Mas, para entender mais a fundo, o impacto dessas mudanças e quais os pilares que realmente estão fazendo a diferença, nada melhor do que ouvir as percepções das pessoas mais importantes – os próprios empreendedores. 

Há quatro anos, lá em 2017, nós lançamos a Radiografia do Ecossistema, uma pesquisa da Abstartups com a Accenture, que trouxe um raio-x do ecossistema na época e as perspectivas dos empreendedores para melhorias até 2020. 

Para entender essas avaliações, realizamos o Diagnóstico de Comunidades, uma avaliação similar em mais de 60 comunidades de todo o Brasil. O resultado é uma avaliação atualizada do ecossistema, que você pode acessar completa aqui. 

Neste artigo, eu trago para você o comparativo entre as percepções de 2017 e 2020, a fim de investigar os avanços e pontos de melhoria, do ponto de vista do empreendedor brasileiro: 

Comparativo Avaliação 2017 X 2020

Suporte 

O pilar de suporte é fundamental para o crescimento saudável de um ecossistema.  Afinal, empreender pode muitas vezes ser uma jornada solitária. E toda startup precisa de players para ajudá-lo neste caminho. 

São elementos de suporte (ou densidade) a presença de hubs físicos, e locais onde as pessoas possam se encontrar e compartilhar experiências, bem como toda infraestrutura a empreendedores – como apoio jurídico, contábil etc. 

Este pilar cresceu consideravelmente nos últimos anos. Foram inúmeros hubs de inovação lançados por todo o Brasil, além do crescimento no apoio de instituições e empresas com estes espaços, gerando mais networking e trocas. O que se reflete, na atual avaliação do segmento.  Se você quer conhecer e se conectar com agentes de suporte pelo Brasil, clique aqui e veja a lista de atores nas cidades mapeadas pela Abstartups. 

Acesso à capital

O pilar de capital está entre os que mais se desenvolveram nos últimos anos. O amadurecimento das startups, recordes de investimentos e números de unicórnios brasileiros, comprovam a força da inovação e o quanto investir nos nossos negócios se tornou lucrativo, especialmente para fundos internacionais como o  Softbank. 

Ainda que na autoavaliação dos empreendedores, este pilar cresceu 28,2%, sua avaliação atual de 50%, mostra que ainda tem espaço para melhorias. Alguns dos tópicos levantados lá em 2017, como diminuir a responsabilidade do investidor e criar facilidades de crédito, estão mais caminhados quatro anos depois – são pontos que estão em debate, inclusive na proposta do Marco Legal das Startups, que reconhece e define o papel do investidor anjo. 
O valor total de investimento em startups tem batido recordes todos os anos (como você verá nos dados abaixo). Mas, um ponto importante de atenção é: segundo o Mapeamento de Comunidades 2020, 74% das startups brasileiras nunca receberam investimentos (leia mais). Ou seja, existe investimento, mas ainda não há distribuição para todos.

Ambiente Regulatório

Os temas sobre regulamentação das startups e políticas sempre foram mais os mais delicados e morosos entre os pilares. Isso não é surpresa, quando analisamos que o  Brasil é o país em que mais se gasta tempo em burocracia tributária. 

De todo modo, o nível de satisfação deste pilar cresceu consideravelmente nos últimos quatro anos, pela percepção dos empreendedores (de 27% para 68%). Parte disso, está na maior difusão dos conceitos de inovação e startups na sociedade, e consequentemente, no setor público. 

Editais, programas de conexão entre governo de startups, como Pitch Gov, o Seed, Programas do Governo Federal e iniciativas de órgãos com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foram importantes e estiveram próximos da inovação. 

Outro ponto a favor deste pilar, tem sido os debates e a evolução do projeto de lei para o Marco Legal das Startups – documento que visa regulamentar startups, oferecer melhores oportunidades para o setor em quatro frentes:

1. Ambiente de Negócios

2. Trabalhista 

3. Investimento 

4. Compras Públicas

O texto que vem sendo construído nos últimos anos, foi aprovado no final do ano passado na Câmara dos Deputados e enviado para o Senado. Esta aprovação é positiva, ainda que alguns pontos tenham ficado de fora do documento original. Ainda assim, é um passo importante para o ecossistema empreendedor, que passa a ganhar mais relevância e representatividade jurídica. Cabe a nós, acompanharmos os próximos passos para entender integralmente o texto e os pontos positivos. 

Acesso à Mercado

O relacionamento entre corporates e startups foi outro pilar que amadureceu muito nos últimos anos. A “inovação” passou de ser um sinal de ameaça, para se tornar um forte aliado na operação de grandes empresas.  

Nesse caminho, o eixo das corporações se aproximou das startups em busca de soluções para seus desafios, se relacionando com comunidades – dando apoio, participando ativamente de eventos da comunidade e se interessando por conhecer mais da nossa cultura. 

São grandes os exemplos que mostram esse amadurecimento na relação. A própria Abstartups faz um trabalho ativo nesta (e nas demais) conexões dos pilares. No caso de corporates – em programas diretos de conexão para negócios, como o Pitch Corporate e nossa página de Programas no Startupbase. Basta ver o aumento no número de mantenedores, corporates que acreditam e trabalham junto com a gente para se conectar às comunidades. 

Um dos pontos nesse caminho ainda a trilhar, está na comunicação entre corporates e startups para entenderem suas diferenças e reforçar suas potencialidades.  Se você tem curiosidade para entender mais desse assunto, não deixe de conferir nosso playbook: Melhores práticas para POC entre startups e empresas

Sobre a queda na percepção dos empreendedores (de 3,3%), precisamos contextualizar que o ano de 2020 foi marcado por desafios e imprevistos causados pela pandemia do Covid-19. Entre os principais desafios que os empreendedores relataram, 51,3% foram na aquisição de clientes e vendas,  um fator relevante a respeito do acesso ao mercado. 

Talentos

A presença de bons talentos é essencial para a criação e manutenção de um forte ecossistema empreendedor. Investir em capital humano é importante tanto para criar e reter a força de trabalho não apenas para o campo de startups, mas para também favorecer a inovação nos negócios de agora e para o futuro. 

Quando analisamos este pilar, players como universidades e programas de empreendedorismo que promovam formação, retenção e motivação de talentos, são fundamentais. 

E de fato, são pilares que estão mais conectados às comunidades. Tópicos apontados pelos empreendedores em 2017 como transformar TCC em startups já são realidades – seja em universidades como FAAP, Universidade Federal do Acre (UFAC) e muitas pelo país. 

Entretanto, um dado a respeito disso que preocupa o setor é a falta de talentos, especialmente em TI, para acompanhar continuamente a velocidade de mudanças nos negócios e atender a tantas vagas abertas. O aumento de unicórnios e startups de grande porte, também consomem uma alta demanda de profissionais. 

O que pode justificar a queda na avaliação do empreender. Talento é um desafio para os próximos anos, o setor de inovação e educação é um dos pilares a serem trabalhados. Se você está em busca de talento ou é um talento em busca de oportunidades, conheça o Abstartups Jobs, nosso banco de talentos. 

Estamos no caminho certo? 

Em 2017, os dados da pesquisa nos mostrava, na visão dos empreendedores, que a maior preocupação deles para os próximos anos do exossistema, era o acesso à capital e ambiente regulatório. 

Desde então, vimos florescer nos últimos quatro anos, um novo cenário para as startups brasileiras – conquistamos relevância nacional – se antes, startup era uma palavra desconhecida, hoje em dia, está no Jornal Nacional ou na capa das revistas. O ecossistema empreendedor não precisa mais se provar, mas isso não significa que já alcançamos todo o potencial. 


Estamos no caminho certo! São mais de 13.400 startups mapeadas, mais de 61 comunidades e milhares de atores, líderes e empreendedores fazendo acontecer pelo país. Avançamos nos investimentos (nos resta agora, o desafio de distribuição e acessibilidade desse capital) e no ambiente regulatório (a missão agora é acompanhar de perto o Marco Legal e suas implicações). 

O ano de 2020 trouxe algumas dificuldades (acesso à mercado), mas se tem algo que sabemos fazer bem é pivotar e reinventar.  Estamos entrando em um novo ano de desenvolvimento, de aplicar os aprendizados e focar na qualidade. 

Para acompanhar esta evolução de perto, continue acompanhando nosso trabalho. Abstartups segue na missão de mapear e trazer cada vez mais dados relevantes para o ecossistema, pois acreditamos no poder dos dados para guiar caminhos. 

Se sua startup ainda não está em nossa base, cadastre-se no Startupbase. Acompanhe nossa newsletter e as redes sociais para participar dos próximos estudos.  Espero por você! 

Ana Flávia Carrilo

Apaixonada por escrita, comunicadora por nascença e formada em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Acredita no acesso a informação como forma de transformação social. Atualmente, faz parte da equipe de comunicação da Associação Brasileira de Startups, ajudando a desenvolver o ecossistema empreendedor brasileiro.

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