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Startups femininas: criando conexões para crescer

Female Founders Report traz um panorama da presença feminina em diferentes startups e avalia os motivos de os números serem ainda tão baixos

Fonte: Pexels

Você já parou para pensar na presença feminina no mercado de trabalho? Eu penso nisso diariamente, porque como gestora, mulher e mãe, vejo de perto a realidade de mulheres de diferentes classes sociais, vivo com elas o esforço diário para conciliar todas as demandas e o quanto são competentes naquilo que se propõem a fazer.

No Brasil, a população é composta por, aproximadamente, 51% de mulheres, mas quando vamos para dentro das empresas, dificilmente encontramos essas mulheres em cargos de liderança. Segundo estudo da consultoria Deloitte, somente 6% dos times executivos são compostos por mulheres e apenas 8% dos assentos de conselhos são ocupados por elas.

Não é muito diferente, infelizmente, quando olhamos para as startups. Apesar de serem consideradas empresas mais modernas e inovadoras, a realidade da equidade de gênero ainda passa bem longe do ideal nesse universo. Praticamente 2% das 100 maiores startups do país têm mulheres entre os fundadores, acredita?

E tem mais números que surpreendem: só 4,7% das startups nacionais são fundadas exclusivamente por mulheres, enquanto 5,1% são co-fundadas por elas. Se olharmos para as startups fundadas apenas por homens, o número é quase 20 vezes maior, chegando a quase 90% das empresas nacionais.

Eu já comentei algumas vezes que as mulheres precisam de exemplos e de mentoria para alçarem voo e, novamente, esses números acabam refletindo isso. A distribuição de gênero dentre os sócios das startups está dividido de uma maneira interessante, segundo o Female Founders Report:

Quando só eles estão entre os sócios — 83,6% homens x 16,4% mulheres
Quando há ao menos uma sócia – 57,4% homens x 42,6% mulheres
Quando há ao menos uma co-fundadora – 46,4% homens x 54,6% mulheres

Female Foundes Report

Se a mulher está no negócio desde a sua idealização, a presença feminina no time é muito maior e, acredite, essa diversidade também é lucrativa, podendo chegar a 25% a mais de lucro, segundo a própria Deloitte. E eu posso dizer que vivenciei essa escalada feminina na prática.

Quando cheguei na único IDTech não havia mulheres gestão. Hoje, entre diretoras e VPs, já somos 40% — uma grande evolução para pouco menos de dois anos. Os desafios femininos no mercado de trabalho são inúmeros e as empreendedoras relatam dificuldades para escalar o negócio, ter boas conexões (mentores, investidores etc.), captar
crédito, falta de uma rede de apoio e de equilibrar vidas pessoal e profissional, dentre outras. Quando olhamos para a diversidade étnica, orientação sexual e até mesmo para a maternidade, vemos que o funil vai ficando cada vez mais apertado, tornando a presença feminina em startups ainda mais difícil.

E é por isso que batalho tanto para transformar esse cenário e podermos ser mulheres que apoiam outras mulheres. Já que ter uma boa conexão é um dos empecilhos femininos nas startups, convido todos a darmos um primeiro passo para mudar isso. Como? Convidando alguma mulher de startup que você ainda não conhece para um café virtual, para um bate-papo, se apresentando e tentando descobrir novas empresas e empresárias. Você certamente vai se surpreender com o alto nível que vai encontrar!

Além da falta de referência no topo, um dos fatores que dificultam as mulheres de avançar é que elas desenvolvem menos seus networks. Portanto abra sua agenda, entenda quem pode te conectar a pessoas ou ambientes interessantes para você e seu trabalho. Busque mulheres, seja nas startups ou em outras empresas que possam te aconselhar. Tenho certeza de que muitas de nós estaremos abertas para esta troca.

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Gabriela Onofre

Com mais de 20 anos de experiência, Gabriela Onofre construiu sua carreira liderando a estratégia e construção de marcas internacionais em empresas como P&G e Johnson & Johnson. Desde 2019 é VP de Comunicação, Marketing e Cultura da Acesso Digital, maior IDTech do Brasil, startup especializada em tecnologia para identidades digitais.É articulista da revista HSM Management, membro do Women Corporate Directors, e foi eleita Women to Watch 2020 AdAge/Meio&Mensagem

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