Pouco fala-se a respeito, mas tristeza e depressão deveriam ser pautas presentes nas organizações.
Quebrar o tabu sobre o tema e encará-lo de frente, se faz necessário, uma vez que segundo a OMS, até 2030, a depressão acometerá mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde.
Além disso, estimasse que o impacto da doença na economia mundial, é de aproximadamente 1 trilhão de dólares por ano.
Sobretudo, o Brasil é o campeão de casos de depressão na América Latina. São mais de 10% da nossa população com esse diagnóstico, segundo dados da mesma organização.
Dados estes, sobre casos diagnosticados, fora tantos outros que por vergonha ou falta de diálogo, não recebem o devida avaliação e cuidado.
Entre os fatores que influenciam decisivamente esse percentual, o estilo de vida altamente digital, em que estamos tão conectados, a pandemia e grandes incertezas.
Falta de vínculos afetivos, menos convívio com as pessoas, principalmente com aquelas mais queridas, além de falecimento de pessoas próximas e mudanças repentinas também são apontados como fatores que influenciam.
Além disso, a forma de viver está cada vez mais exigente por sucesso, por dinheiro e com níveis de estresse mais elevados que exigem uma autocobrança que vai além do que mentalmente seria saudável suportar.
E, embora, a busca por resultados inicie movida por prazer e desejo, acaba transformando-se num peso tão grande, que além de ansiedade, gera tristeza e frustração resultando em muitos casos, em depressão. Isso, por que diante de tantas exigências, torna-se difícil alcançar o que é buscado ou estimula o grande hábito da humanidade de se comparar, principalmente, nas organizações, despertando o sensação dolorosa de “nunca estar à altura do outro que parece conseguir”.
Mas afinal, como perceber que a tristeza está se tornando depressão?
A tristeza é um sentimento psíquico normal ligado a um evento específico, ou seja, há um evento desencadeador que é reconhecido e as pessoas tendem a melhorar com o tempo seu funcionamento.
Esta se não cuidada, resolvendo os fatores externos que a provocam, crescerá aos poucos, fragilizando e deixando a visão sobre as coisas turva e desenvolvendo a depressão, a qual, diferente da tristeza, nem sempre é possível identificar um nexo causal ou razão aparente. Na depressão existe uma piora com o tempo, que interfere de forma importante no dia a dia. Há perda da capacidade de sentir vontade e, além disso, um prejuízo intelectual, justificando a desmotivação ou baixa performance de um colaborador.
Neste momento, de extrema fragilidade é fundamental oferecer um lugar seguro para seu colaborador falar, ser ouvido e compreendido de verdade, com empatia, facilitando a exposição do que está acontecendo.
Por tanto, abra um espaço de conversa com seus colaboradores. Somente dialogando, você conseguirá identificar se há alguém precisando de ajuda e se a segurança psicológica dentro de sua empresa está comprometida.
Quanto mais diálogo e espaço para que as pessoas possam se sentir seguras para se expor e serem vulneráveis na frente de colegas e gestores, melhor será a segurança psicológica, que segundo, estudo do Google, está diretamente ligado a alto desempenho, engajamento e retenção de talentos.
Por tanto, finalizo questionando: Você já perguntou como seus colaboradores se sentem?