Existem muitas coisas que vem na nossa cabeça quando ouvimos falar de startups. Mas a verdade é que se nenhuma delas for comunidade, significa que falhamos. Por que eu estou dizendo isso?
Hoje, temos milhares de startups espalhadas por todos o país. São todas histórias de sucesso, fracassos e aprendizados que tem uma coisa em comum: solucionar problemas e encontrar oportunidades para mudar o mundo. Entenda que quando falo em mudar o mundo, não estou falando de criar uma ONG ou fazer caridade. Você conseguiu resolver um problema e ajudar pessoas? Então você está mudando o mundo.
É quase clichê dizer que essa não é uma tarefa simples, ainda mais quando você está sozinho. Na verdade, à medida em que cada empreendedor vai crescendo, fica evidente que não dá para empreender sozinho.
Muitos negócios falham por falta de orientação. Por empreendedores não saberem qual é o melhor jeito de dar o próximo passo. Mesmo existindo livros, modelos e frameworks que te ajudam a começar uma nova empresa, cada etapa de uma startup é um novo desafio. O que pode mudar esse cenário de incerteza e ajudar mais novos negócios a nascerem e prosperarem não é nenhuma força de outro mundo. É uma comunidade forte de startups que ajuda com sua experiência empreendedores a enxergarem oportunidades.
Afinal, o que é uma comunidade de startups?
Uma startup precisa de conexões, universidades, mentores, parceiros e um ecossistema disposto a crescer com ela.
Parece óbvio, não? Pense que você está montando um negócio agora. O que você você vai precisar? Espaço para trabalhar (coworkings), mão de obra (universidades), parceiros e clientes (networking), capital (investidores) e capacitação (eventos e aceleradoras). Quando temos tudo isso conectado e bem organizado, temos uma comunidade.
E quem é responsável por liderar esse movimento? São as próprias startups. Os outros players alimentam e usufruem do ecossistema, mas a função de engajar e fazer cada vez mais startups crescerem é dos próprios empreendedores. Sim, os empreendedores são os grandes líderes do ecossistema!
Pense na Abstartups, a Associação nasceu em 2011 a partir da reunião de um grupo de empreendedores que sentia a necessidade de mais conexões, oportunidades e representação. Hoje, ela só funciona porque conta com a contribuição dos associados e de uma diretoria inteira composta de empreendedores. Iniciativas da ABStartups, como o CASE, o Pitch Corporate, programas de Pitch Training e conexão com investidores só surgiram porque quem está na liderança são as startups.
O mais importante é lembrar que uma comunidade, apesar de ser liderada por empreendedores não tem a ver com ego, status ou retribuição e sim com impacto. Além de associações empreendedores locais tem se juntado cada vez mais para criar comunidades de compartilhamento como a SanPedroValley, Startup SC e Manguez.al. Já ouviu falar de give first e give back?
Porque Give First e Give Back é importante para startups
Esse é um conceito fundamental quando falamos de startups. O give first é, basicamente, dar sem esperar nada em troca. Estranho? Pode parecer contraintuitivo, mas é o que funciona no Vale do Silício e o que faz com que as comunidades de startups continuem crescendo. Isso requer que você mude um pouco a mentalidade e deixe de lado a realidade de esforço e recompensa que normalmente rege tudo que fazemos.
Um dos exemplos mais marcantes de Give First é a TechStars que fez disso um de seus valores mais importantes. Ela organiza encontros repletos de mentores com único intuito de fazer novas startups prosperarem e esses encontros acontecem por todo mundo. Pode ser que tenha um Startup Wekeend perto de você e se não tiver você pode ajudar a organizar. Sem pedir equity, participação nos lucros, direitos ou nada do tipo.
Muitas startups que prosperaram contaram com esse tipo de ajuda e até hoje grandes empreendedores organizam conselhos consultivos, jantares com empreendedores, happy hours de networking para poder aprender juntos e movimentar o ecossistema.
Mas se não esperamos nada em troca por que falar de give back? O Give back não é necessariamente dar para a mesma pessoa, não é uma relação de troca. Todo mundo recebeu algo do ecossistema, para esse ciclo continuar a melhor maneira é você retribuir para a comunidade. Existem inúmeras maneiras de fazer isso. Como é o caso da Sympla que se tornou mantenedora da Associação Brasileira de Startups para apoiar projetos que impactam empreendedores por todo o Brasil.
A sympla foi uma das primeiras associadas da Abstartups. Ela iniciou a operação em 2012 sem investimento externo e conseguiu chegar (muito) longe com o apoio de parceiros, conexões e do ecossistema. Desde seu primeiro ano, a sympla cresceu uma média 160% ao ano e em 2016 ela recebeu um aporte de 13 milhões de reais da movile e tem a expectativa de movimentar R$ 250 milhões em 2017.
A empresa cresceu e eles acreditaram que tinha chegado a hora de apoiar o ecossistema mais ativamente com o Give Back. Hoje, ela ajuda a viabilizar iniciativas para fazer o ecossistema crescer em todo o país através da Abstartups. Isso cria um ciclo virtuoso que faz o ecossistema funcionar. Afinal, se você tem uma comunidade que só recebe e nunca dá nada em troca, ela está fadada ao fracasso e nós não podemos permitir isso.
A Abstartups tem um trabalho pioneiro Brasil no apoio e desenvolvimento a comunidades de startups através do Startup On e dos mapeamentos de comunidades. Já foram mais de 25 comunidades de startups mapeadas no Brasil que estão ganhando cada vez mais visibilidade e força. Você pode conhecer os mapeamentos aqui.
Já recebeu algo do ecossistema? Uma mentoria, um cliente, uma dica, um contato na hora que você mais precisava? Passe isso para frente e fortaleça o ecossistema. Conheça os projetos da Abstartups e junte-se a mais de 1.000 empreendedores que contribuem para o crescimento com o ecossistema.