O balançar da cadeira de um lado para o outro já denuncia o lado agitado do atual presidente da ABStartups, Amure Pinho. “Eu tenho aquela coisa do empreendedor inquieto, eu ainda não aprendi a dizer não”, diz o presidente quando começa descrever sua trajetória empreendedora que teve início aos 14 anos.
“Fiz meu primeiro negócio quando era muito jovem. Eu montei uma empresa de informática e na época ninguém sabia nada de computadores e eu fazia manutenção. Foi ali que eu comecei a entender que tecnologia era importante para mim”, relembra Amure.
Ao longo do tempo a sua trajetória empreendedora foi crescendo e evoluindo de pequenos negócios para empreendimentos maiores até chegar a criação da Sync, que permitiu que ele se tornasse investidor anjo e se aproximasse cada vez mais do ecossistema de startups. “Tudo começou sendo o empreendedor no colégio, que se transformou em uma empresa de informática, que depois se tornou uma empresa de software que era lucrativa e me deixou investir em outras startups”, conta Amure Pinho. A cada passo que ele dava ele se tornava uma parte cada vez mais ativa do ecossistema, o que fez com que ele fosse chamado para ser diretor regional da ABStartups no Rio de Janeiro.
Uma startup para startups
Podemos dizer sem dúvida que um dos diferenciais da ABStartups é que ela é uma organização feita de empreendedores para os empreendedores. Afinal, quem melhor para saber o que startups precisam para crescer do que quem já empreendeu e teve sucesso? Todos os fundadores foram antes empreendedores que sentiram a necessidade de conectar e unir o sistema para conseguir crescer e causar uma mudança efetiva. A história de Amure Pinho não foi diferente, ele já tinha três empreendimentos criados, tinha sido curador da Campus Party, mentor e investidor antes de ser chamado para ser vice-presidente da ABStartups.
“Eu fui chamado para ser vice-presidente da ABStartups porque dentro do ecossistema de startups eu já fiz um pouco de tudo e durante muito tempo eu respirei essa coisa de tentar ajudar o ecossistema e fazia muito sentido eu tentar levar esse impacto para uma escala maior”, conta o presidente da ABStartups Amure Pinho, e acrescenta. “Ao aceitar o desafio de estar na ABStartups eu vi que poderia usar o mesmo tempo que eu dedicava para ajudar pontualmente as startups para ajudar todas elas.”
Cinco anos de conquistas e mudanças
Dar poder às startups foi claramente a missão da ABStartups durante esse cinco anos e para isso ela teve que se reinventar várias vezes, porque o próprio ecossistema de startups mudou muito com o tempo. “Em 2011, se você estava criando alguma coisa, você tinha que ir para BH, pro RJ ou pra SP para encontrar alguém para conversar. Não existiam muitos cases de sucesso, coisas que hoje para a gente são tão óbvias e fáceis na época não existiam”, relembra Amure Pinho. O aumento de ferramentas fez com que os desafios que as startups enfrentam mudassem também e para se manter firme no seu propósito a Associação teve que se reinventar.
“No início, a ABStartups era muito preocupada com falar de todas as startups, criar situações em que elas encontrassem investidores anjos e fazer eventos para ajudar o empreendedor a criar o seu primeiro negócio. Hoje em dia, tem eventos para startups todo fim de semana em todo Brasil e sempre novas startups são criadas, ou seja, a ABStartups não precisa mais fazer isso”, afirma Amure. Faz parte de se desenvolver aprender a priorizar e saber se reinventar e é isso que a ABStartups tem feito nesses últimos anos e continuará fazendo nos próximos anos. “Hoje nós somos muito mais eficientes ajudando startups mais maduras a se tornarem grandes scale-ups. Estamos mirando alto para ter bons resultados pois a base do ecossistema já existe. Existem aceleradoras, comunidades de investidores, plataformas de investimento, Startup Weekend e muitas outras iniciativas que permitem um foco maior da ABS. Nosso papel é sempre cuidar daquilo que é mais importante e isso precisa ser revisto todo o ano”, ressalta Amure.
Muita coisa mudou nesses cinco anos, mas a prioridade da ABStartups se manteve a mesma, empoderar as startups e fazer com que o Brasil se torne um dos polos tecnológicos mais importantes do mundo. “A gente não tem que agradar ninguém, a gente só tem que agradar as startups. Essa é a nossa principal força”, conclui o presidente da ABStartups, Amure Pinho.