Nos últimos anos muito tem se falado das comunidades de inovação e startups, aqui no Brasil. As comunidades inicialmente surgiram para reunir empreendedores, investidores, desenvolvedores e principalmente pessoas que se identificam como entusiastas em inovação. Em todas as 27 unidades federativas existe pelo menos uma comunidade que se posiciona como a comunidade local.
Mas, antes de “revelar” o segredo da SOLuíses vamos entender o que são as comunidades, seus representantes voluntários e meu papel nisso tudo para que você, meu caro leitor, possa entender um pouco mais e talvez se inspirar na minha trajetória.
O que são comunidades de startups
“É um conglomerado, normalmente localizado em uma cidade ou em um grupo de pequenas cidades de uma mesma região, de “Startupeiros” em diferentes estágios que interagem com outras pessoas importantes do ecossistema (empreendedores locais, investidores, pessoas ligadas a órgãos governamentais, universidades e curiosos) em busca de oportunidades e desenvolvimento mútuo, focados na economia do ecossistema local.” — Abstartups.
Seus representantes são voluntários: Community Leaders, Embaixadores e/ou Líderes
Antes de entrar no próximo tópico é válido ressaltar que igual à qualquer ecossistema na natureza, no ecossistema de inovação as comunidades também possuem seus diferenciais umas das outras, mesmo que se encontrem em suas finalidades.
Sobre a SOLuíses
Acomunidade empreendedora foi fundada no dia 23 de Outubro de 2016 em São Luís do Maranhão durante uma imersão chamada Products and Hacks.
Recomendo fortemente ler “Quando nasceu a SOLuíses” para conhecer mais as motivações e fundadores da comunidade.
Atualmente a comunidade reúne pessoas de diversos cantos do estado e alguns agentes de inovação de outros estados que, normalmente, representam empresas de fomento. Entre 2016 a 2018 a comunidade SOLuíses era um dos principais pontos focais dentro do ecossistema que promovia Meetups para dialogar sobre o empreendedorismo e startups, um grupo que migrava entre Telegram e Whatsapp, mas que se encontrava de fato nos eventos, como Meetups e Startup Weekend. Neste período, as comunidades de games e linguagens de programação eram bem mais ativas que as de startups; o empreendedorismo em startup ainda era uma realidade “paralela” com pouca diversidade, onde praticamente founders das startups eram professores e alguns alunos universitários. Obviamente, tirando de um recorte Meetups e Eventos locais.
Entre 2018 a 2020, eu começava a de fato entender o que era SOLuíses, absorver experiências em comunidades, usar e abusar de mentorias FREE de outros membros da comunidade e começar a me sentir parte de algo realmente permanente. Entre 2016 até a presente data eu migrei entre diferentes níveis de responsabilidades dentro da SOLuíses, o que me fez entender e adquirir experiências para expressar consistência argumentativa.
15 de Dezembro de 2018 se criou o primeiro grupo no Whatsapp para “Membros ativos” da comunidade, daí então, inúmeros meetups foram realizados mensalmente pelos membros, muitas vezes instigados e organizados pelos Líderes, ativando espaços de inovação na região de São Luís. Também em 2018 outros grandes feitos foram efetivados no ecossistema, como a criação de novos editais, hackathons e hubs de inovação o que fortaleceu a densidade de pessoas empreendedoras na região e consecutivamente membros ativos na SOLuises, aliás essas pessoas também queriam se encontrar e compartilhar experiências, mesmo que talvez fossem concorrentes.
Pode parecer fácil, mas para quem estava lá no comecinho… criando tudo do zero, sem grana e muitas vezes sem informação foi FODA.
Mas foi no início de 2020, quase 2 anos de muitos meetups que a SOLuíses deu uma virada de chave e começou a não só promover e apoiar eventos, mas criar produtos e serviços gratuitos para beneficiar a evolução dos membros.
Vale ressaltar que entre 2020 a 2022 passaram pela liderança mais de 13 Criativos & Inquietos, pessoas de uma diversidade *massa* de áreas e não só mais empreendedores e professores.
E ressalto dois pontos que resumem o segredo da SOLuíses
SIM! Várias comunidades do Brasil querem ou já fizeram benchmarking conosco
Eu poderia escrever um e-book sobre minha participação ao longo de quase 7 anos na SOLuíses, mas vamos direto ao ponto “O segredo da comunidade duas vezes finalista no Startup Awards”
Maturidade e experiências dos líderes
Atualmente, todos os líderes possuem motivos altruístas e egoístas para contribuírem com a SOLuíses de forma mais ativa (líderes e helpers). Os líderes são pessoas que estão infiltradas nos atores mais relevantes do estado, por isso é tão mais fácil identificar como a comunidade (membros) podem ajudar e como eles podem se beneficiar das oportunidades.
Outro fator que reflete a maturidade, foram as experiências acumuladas. Hoje em dia não repetimos mais os mesmos erros de antes, investindo nossas forças em trabalhos que retornam muito pouco para nossa comunidade.
Constância nos produtos e serviços
A SOLuíses investe e muito nas ideias dos membros, fortalecendo o processo de mentorias para a criação de novos serviços e produtos. E com produtos e serviços, incluímos Meetups, Onboarding, Office Hours, PAP, Reuniões Gerais, Startups Weekends, Reports, Diários, Livros, Podcasts, Mapeamentos, Murais, Plataformas, Curadorias e principalmente alimentando as Redes Sociais de informações diariamente.
Hoje em dia a SOLuíses possui um processo democrático para quem desejar possuir maiores responsabilidades com a comunidade, assumindo papel de liderança. E todos os produtos possuem constância e estão sempre buscando inovação.
Para finalizar este texto, gostaria de deixar uma crítica ao nosso ecossistema
Nos últimos anos estão deixando grandes responsabilidades nas mãos de pessoas pouco experientes em metodologias, empreendedorismo e inovação comandarem ações que beneficiariam a comunidade, mas isso está totalmente fora da realidade que vivemos e essas pessoas vão sair frustradas e essas ações entrarem em retrocesso!
Obviamente não estou citando todos os atores do ecossistema, mas infelizmente a falta da valorização local está refletindo a “exportação” dos nossos CPF’s e CNPJ’s experientes que conhecem nossa cultura e nossa gente e que viveram o ecossistema na veia, desistirem de investir seus conhecimentos em São Luís e trabalharem quase que com foco total em estados e regiões vizinhas.