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O papel das Fintechs no mercado financeiro

Startups financeiras vêm ganhando destaque no mercado tradicional e buscam regulamentação e ambiente competitivo mais justo

A transformação do setor financeiro vem acontecendo de forma acelerada nos últimos anos e as startups Fintechs têm se tornado cada vez mais conhecidas e amadas pelos seus clientes. Algumas dessas startups, inclusive, vêm se tornando gigantes após grande aporte de capital e crescimento exponencial de suas operações. Um case mais próximo aqui no Brasil é o do Nubank, que já representa um ícone de inovação no mercado financeiro.

O desenvolvimento do setor vem provocando mudanças na regulamentação de alguns países, que buscam comportar novos modelos de negócio no mercado financeiro trazidos pelas Fintechs. Nações como Reino Unido e Singapura têm sido as mais avançadas nesse sentido, sendo que seus reguladores têm implementado diversas formas de incorporar as Fintechs ao mercado atual, criando desde ambientes especiais para sua atuação (Sandoxes regulatórios) até processos de licenciamento específico para novos bancos digitais (Challenger Banks). Aqui na América Latina temos também o exemplo do México, que é um dos únicos países do mundo a criar uma “Lei Fintech”, que regula diversos temas desse segmento no país como os empréstimos P2P, criptomoedas, Equity Crowdfunding e a abertura de APIs (interface de programação de aplicativos) no sistema financeiro.

O Brasil caminha em um processo de regulamentação um pouco mais cauteloso. O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse em uma entrevista que eles só pretendem regulamentar as Fintechs onde for estritamente necessário. Esse mesmo regulador reconhece também a importância das Fintechs como excelentes alternativas em setores como o de crédito, ajudando a promover a inclusão financeira, aumentando a competitividade no setor e reduzindo o spread bancário praticado. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também está atenta para os movimentos no setor e criou um grupo para discutir os possíveis impactos da criação de um Sandbox Regulatório, similar ao que é visto em outras partes do mundo.

Do lado dos empreendedores do setor, há o entendimento de que um ambiente competitivo justo e uma regulamentação clara reduzem uma parte das incertezas pelas quais todas as Fintechs – que já operam em um mercado bastante rigoroso – passam. Desta forma, as startups lutam para conquistar seu espaço, à medida que avançamos na criação de um ambiente ideal para desenvolverem seus negócios. O Nubank, citado anteriormente, chegou inclusive a acionar a justiça, pois entendeu que estava sendo prejudicado em questões relativas à concorrência com as instituições tradicionais do mercado.

A Abstartups e o Comitê de Fintech acreditam no potencial das startups e da inovação para transformação do nosso país. Buscamos auxiliar tanto na criação de um ambiente mais colaborativo em nosso ecossistema como no apoio às políticas públicas que beneficiem as startups e seus empreendedores. Os próximos anos serão decisivos para o futuro do setor Fintech, período onde veremos uma consolidação regulatória e o desdobramento de iniciativas privadas e governamentais que irão impulsionar ainda mais o Brasil como potência Latino Americana do setor. Que tenhamos ainda mais unicórnios verde-amarelos e sejamos referência no surgimento de novos negócios financeiros em países emergentes. Saem ganhando, assim, o usuário, o país e o nosso mercado financeiro.

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