No começo de uma startup a habilidade de escalar é superestimada. Escala, caso você ainda não tenho ouvido falar do termo, se refere aos processos que existem na sua startup que são rápidos, baratos, e repetíveis e possibilitam que você ganhe milhares de consumidores que gerarão milhões de dólares de receita para você.
Por exemplo, se Pierre Omidyar tivesse que testar todo dia todas as impressoras colocadas a venda, o eBay não cresceria. Se Marc Benioff tivesse que fazer cada ligação de vendas, a Salesforce não conseguiria escalar. Se os pais de James Hong’s tivessem que checar cada uma das fotos para ver se é pornográfica ou não, Hot or Not não teria escalado.
Mas prender-se a um teste de escala no começo da sua startup é um erro – é colocar a carroça na frente dos bois, como diz o ditado. Fazer isso é ficar na dúvida se abre ou não um restaurante, porque pode ser impossível escalar o perfeccionismo de um chef para muitos lugares.
O que você acha de garantir que as pessoas em um raio de 10 quilômetros gostem da comida antes de pensar em escalar o restaurante? Quer dizer, ver se o negócio vai realmente funcionar. Por exemplo, uma empresa para qual eu dei conselhos chamada Tutor Universe oferece serviços de tutores via smartphone. Pense nisso como o Uber para tutores.
O plano de longo prazo era que estudantes perguntariam sobre qualquer coisa e receberiam ajuda em 15 minutos. Mas, no começo, ainda não existiam tutores para vários assuntos. Muitas startups enfrentam esse mesmo problema de ter ou o ovo ou a galinha. Se você tiver tutores o suficiente, tem que atrair estudantes. Se você tiver alunos o suficiente, tem que atrair tutores o suficiente.
O que você faz quando enfrenta esse tipo de desafio? A resposta é simples: você trapaceia. Você usa seus próprios empregados para responder as perguntas e contrata tutores nas filipinas (muito educados, falam inglês e são baratos) até que você atinja a massa crítica do seu marketplace. Céticos e empreendedores inexperientes vão criticar: você não pode escalar se usar funcionários ou contratar tutores porque eles são muito caros.
Isso pode ser verdade, mas não importa. O importante é que você consiga três coisas:
– Colocar sua startup no mundo
– Conseguir estudantes dispostos a instalar o app
– Descobrir se eles estão dispostos a pagar por ajuda
Sua prioridade no curto prazo é provar que as pessoas vão realmente usar o seu produto. Se eles não forem usar, não importa se você está apto a escalar. Se eles forem usar, então você vai descobrir um jeito de escalar. Eu nunca vi uma startup morrer porque não conseguia escalar rápido o suficiente. Eu vi centenas morrerem porque as pessoas se recusaram a aderir ao produto.
Esse post é um trecho do livro “The art of Start 2.0” e foi publicado originalmente no blog do Guy Kawasaki e traduzido e adaptado pela ABStartups.